sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Limpador de Para-brisa


Ontem aconteceu algo surreal em minha cidade; CHOVEU! E muito, aqui é um tanto raro isso acontecer, mas quando vem é muito bem vinda. Ainda mais quando o clima fica ameno, e se tratando de Cuiabá esta bem fresquinho marcando exatos 29° C. Durante essa chuva eu estava de moto e a visibilidade não era nada boa. O capacete não tem nenhum dispositivo que auxilia a visão durante a
chuva, a qualidade da viseira não era das melhores e a água que os veículos levantavam não colaborava muito. Então eu senti uma certa inveja de quem tinha um limpador de para-brisa, e um carro também, já que estava bem frio e a chuva muito forte; Então me veio a seguinte questão. Quem inventou o limpador de para-brisa? Será que passará pelo mesmo problema que eu? Será que colidiu alguma vez por causa da chuva? Porque não criaram ainda para as motos? Estas questões eu te respondo agora. 
 
Nasceu da criatividade de uma mulher chamada Mary Anderson, uma incorporadora de imóveis, fazendeira e vinicultora, o invento que hoje equipa todos os automóveis (exceto as motos) terrestres, sendo inclusive um item obrigatório no Brasil, o limpador de para-brisa. Em uma viagem a Nova York no inverno de 1902, a srta. Anderson notou que o maquinista de um dos bondes da cidade estava com os para-brisas abertos para impedir o acúmulo de grãos de gelo naquele dia chuvoso e assim conseguir enxergar os trilhos e o que acontecia à sua frente. Contudo os vidros abertos o deixava exposto ao vento congelante. Mary logo imaginou um dispositivo que permitisse ao maquinista limpar a chuva congelada sem precisar abrir os vidros ou parar o bonde para limpá-los com as mãos.
Ao voltar para sua cidade no Alabama, ela contratou um designer para colocar sua ideia no papel de acordo com as normas técnicas e foi atrás de uma oficina que fosse capaz de materializá-la. Com o desenho técnico e um protótipo funcional, a srta. Anderson foi ao escritório de patentes e conseguiu registrar sua invenção em 1903.

Ela consistia de uma lâmina de metal com uma tira de borracha pressionada contra o vidro. Para limpar o vidro, o operador precisava apenas mover uma alavanca direta posicionada no lado de dentro do veículo. O retorno da lâmina era feito por um contrapeso, o que facilitava sua operação, enquanto uma mola mantinha a borracha pressionada contra o para-brisa.
Com a patente em mãos garantida por 17 anos, a srta. Anderson começou a vender seu invento aos fabricantes. Em 1905 ela tentou vender os direitos de produção a uma empresa canadense, que, reza a lenda, recusou a proposta dizendo que a invenção “não tinha valor comercial”. Se é verdade, alguém deve estar arrependido até hoje. E seus filhos. E os filhos de seus filhos.
A patente da srta. Anderson expirou em 1920. Com o boom dos automóveis nessa época, bastava copiar o projeto e instalar em seus carros. E foi exatamente o que aconteceu. Nos anos seguintes o limpador de Mary Anderson foi aprimorado por outros inventores, como John R. Oishei, que desenvolveu os limpadores de duas peças, semelhantes ao que usamos até hoje, ou William M. Folberth, que em 1922 desenvolveu um sistema para mover o limpador de para-brisa de forma automatizada, dispensando a alavanca manual.
A última grande evolução do limpador de para-brisa aconteceu nos anos 1960, quando o professor universitário americano Robert Kearns inventou o sistema de temporizador dos limpadores, para que eles funcionassem de forma intermitente em condições de chuva mais fraca.
A história de Kearns e sua invenção, contudo, não foi tão simples quanto a dos demais inventores envolvidos com a evolução do limpador de para-brisa: ao tentar vender sua patente para a Ford, teve sua proposta recusada, mas o sistema acabou adotado pelos carros da marca — e posteriormente também nos modelos Chrysler e General Motors.

Diante da injustiça, Kearns decidiu travar uma dura batalha contra as grandes fabricantes, algo que consumiu boa parte de seus recursos financeiros e até mesmo seu casamento. A história foi contada no filme “Jogada de Gênio” (Flash of Genius – 2008), lançado três anos após sua morte aos 77 anos.



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